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Observação:

Em primeiro lugar, eu não sou escritora. Tudo o que eu sabia sobre escrever foi esquecido devido à falta de prática. Em segundo lugar, não espero receber comentários. Poucas vezes me importo com a opinião alheia. Em terceiro lugar, o que eu escrevo não interessa a ninguém. A minha única regra é seguir a minha vontade.


Desde o começo desse ano eu sabia que este seria o meu ano. É uma data perfeita - 10/10/10.
E eu não estava enganada. Esse é definivamente o dia mais marcante da minha vida. A partir de hoje eu posso ser presa, posso comprar bebidas e cigarros, posso alugar filmes pornôs, posso dirigir, posso entrar em festas para maiores, posso morar sozinha. Mas o que eu quero não esta nesta lista ridícula que eu fiz e sim no futuro que eu tenho certeza existir.
Com 18 anos eu posso dizer que meu sonho de infância foi, em parte, realizado. Desde pequena eu admiro e quero ser igual ao meu irmão mais velho, Rodrigo. Ele me mostrou o caminho da música, o caminho da calma, o caminho do reservado, o caminho do divertido e tantos outros caminhos que entediaria quem esta lendo. Estar com ele ao meu lado sempre foi o que eu sempre quis, mas o destino nos separou novamente e até quando isso aconteceu ele me ensinou mais algumas coisas. Me ensinou que eu tenho que ter responsabilidades, que eu tenho que saber para ser e, principalmente, me ensinou que por mais que eu tenha um irmão-pai irmão que me ame e que tente sempre me ajudar, por mim só tem eu.
Agora, que quem me vê diz que eu lembro o meu irmão, tenho que ter outro sonho. Tenho vários sonhos que acabam todos do mesmo jeito. No instante tudo o que eu quero é sumir e deixar todos os problemas que me afligem para trás, mas eu não posso. Não quero ser vencida pelo fracasso. Eu preciso ultrapassar essas coisas pequenas que me atrapalham para crescer e unir todas as pessoas que eu amo junto a mim. E esse é o meu novo SONHO.
Tem vários sentimentos dentro de mim nesse momento. Poderia escrever todos eles aqui, mas ainda não conseguiram nomeá-los. Eu sou realizada, porque já fiz a maioria das coisas que eu sempre quis fazer. Ainda falta alguns desejos, mas ainda faltam uns 83 anos para concluí-los.


Há mais ou menos um ano atrás, publiquei neste blog um post com um meme recebido da Gisele Amaral do Meu Doppelgänger Perdido. Era uma corrente em que se tinha que escolher entre colocar a imagem do Santo Antônio de cabeça pra cima e colar uma oração agradecendo ou colocar a imagem do santo de cabeça pra baixo e uma oração pedindo um namorado. Bom, eu não escolhí colocar o santo de castigo. Ele escolheu!

Semana retrasada eu recebí uma aliança prata (Sim, de compromisso) quatro dias antes do pedido de namoro completar um mês, então acho que é justo que eu desvire o santo.


Grande amigo Santo Antônio, tu que és o protetor dos namorados, olha
para mim, para a minha vida, para os meus anseios. Defende-me dos perigos,
afasta de mim os fracassos, as desilusões, os desencantos. Faze que eu seja
realista, confiante, digno(a) e alegre. Que eu saiba caminhar para o futuro e
para a vida a dois com a vocação sagrada para formar uma família. Que meu namoro
seja feliz e meu amor sem medidas. Que todos os namorados busquem a mútua
compreensão, a comunhão devida e o crescimento na fé."

Bom... se eu estou feliz? Isso são outros quinhentos!



Eu já ví algumas pessoas morrerem, mas nunca soube o que é perder alguém que eu amo. Semana passada comecei a me perguntar o que seria da minha vida se algumas pessoas resolvessem morrer.

Pensei primeiro na minha mãe e ao pensar nisso me bateu um desespero anormal. Pensei em como seria horrível a minha rotina sem ela. Minha mãe é como uma parte do meu corpo. Eu durmo com ela e sou acordada por ela. Quando vou para a escola, deixo ela dormindo - ou não - e sempre dou um beijo. Ela vai me buscar quando acaba o dia letivo. Quando não tem aula, vamos para a nossa escola de música e trabalhamos. Depois vamos almoçar no restaurante, juntas. Vamos pra casa descansar. Só tem nós duas nessa hora e tem dois sofás, mas eu insisto em deitar com ela. Duas horas voltamos a trabalhar. Tem dia que nós saímos mais cedo e tem dias que saímos mais tarde, mas idependente do horário estamos sempre juntas. Eu não gosto de novela, mas assisto porque ela gosta. E quando eu durmo no sofá, é ela quem me leva pra cama. Você pode se imaginar vivendo sem um pé ou sem uma mão? Sem ela, eu estaria vivendo sem um braço e sem uma perna.
Pensei depois no meu pai. Meu pai não é o meu herói, talvez seja o meu bandido. Eu não quero ser igual a ele e estou quase perdendo todo o amor que me foi iludido desde criança. Sabe como é.... Nós, seres humanos, temos mania de crescer. Pensei nisso tudo antes de pensar em como seria se ele morresse. A conclusão foi que se ele morresse, eu me culparia por não tê-lo aproveitado mais. Acharia que a culpa é minha de ele não ser o pai que eu tanto queria. Afinal, a culpa é de quem?
Pensei no meu irmão mais velho, a pessoa que eu quero ser quando crescer. Esse sim, é o meu ídolo, o meu herói. Perdê-lo seria como perder Jim Morrison ou Kurt Cobain. Ele não é como uma parte do meu corpo, mas pensar na sua perda me desesperou como se fosse. Sofri muito ao pensar em um dia alguém me falar: "Sinto muito, mas o Rodrigo se foi!". Escutei isso, dentro da minha cabeça e o meu coração começou a bater tão forte que minha respiração ficou ofegante e algumas lágrimas quiseram sair, mas eu as proibí.
Agora o meu irmão do meio. Nossa relação de ódio e amor é única. Já brigamos de murros e arranhões. Já confessamos todo o nosso amor um pelo outro, bêbados. Ele tem um péssimo gosto musical e sente orgulho em mostrar isso pra todo mundo. Se ele não fosse meu irmão eu jamais chegaria perto dele, mas como ele é eu o amo. Aprendi a compreender o lado dele em tudo o que ele faz e descobri que podemos ter mais coisas em comum do que nos é revelado. Se eu perdesse ele, eu sofreria ao lembrar de todos os nossos afetos e desafetos.
Agora o Pingo. Sim, meu cachorro é considerado parte da família sim, senhor! Ele é o animal mais inteligente que eu já ví e eu, honestamente acho que nunca vou achar outro cão que chegue - ao menos - até as patas dele. Se eu o perdesse, ele me acharia. Ele é mais inteligente do que eu.

Eu só tenho um medo: o do escuro. Posso enfrentar qualquer coisa, desde que esteja em um local claro. Mas não é só desse tipo de escuro que eu tenho medo.
Tenho medo do escuro que as pessoas vêem ao fechar os olhos para sempre.
E de tão egoísta eu não tenho medo do meu escuro, tenho medo do escuro das pessoas que eu amo. Tenho medo de viver sem elas.

A conclusão é sempre a mesma, em tese: é preciso amar as pessoas como se não houvesse o amanhã.
Vamos ver se a prática muda.


Não sei se essa volta vai dar certo. Nós já voltamos tantas vezes!
Percebí que pra funcionar, o KahBia tem que ter um tema específico enquanto o ENCON (decidi que: já que eu tenho dois blogs e que eu vou precisar citar os dois, fica mais fácil eu abreviar o nome desse daqui. Fácil mesmo teria sido se, ao invés de explicar tudo isso, eu tivesse apenas escrito "eu não consigo odiar ninguém", mas uma hora isso precisaria ser feito e porque não agora?) fica pra uma coisa mais pessoal, tipo - não que eu faça isso - poeminhas e letras de música.
O temo específico, eu não arrumei mas fica assim: pra lá eu passei o meu racional, enquanto aqui permanece o meu emocional, se eu tiver.

O blog está em reforma, porem vale a pena conferir o que tem por lá. Por enquanto não são postagens recentes, mas são postagens boas.


Em uma dessas sexta-feiras passou na rede globo o último episódio da quinta temporada de Lost. Eu já vi esse mesmo episódio umas 3 ou 4 vezes e é incrível como eu sempre choro inconscientemente. Tou lá, deitada no meu sofá, assistindo ao seriado e de repente derramo rios de lágrimas e só percebo quando meu pescoço começa a ficar meio melado. Isso acontece em todas as vezes que eu vejo o episódio, sem exceções.


Comecei a perceber que o que me fazia chorar não era o último episódio, mas sim o final do último episódio. Só depois de alguns estudos cheguei finalmente à conclusão de que nem era o final do último episódio o causador dos meus prantos, e sim o Sawyer.

Pra quem não conhece o Sawyer – e pra quem conhece, vale a pena re-conhecer -, esse é o Sawyer:


Um dos motivos pelo qual alguém choraria é por ver essa pessoa suja de sangue e de terra. Eu não choraria por ver uma pessoa suja de sangue e de terra, mas choraria por ver essa pessoa suja de sangue e de terra.

É, eu sei: estou me tornando fútil. Gosto de dinheiro e tenho um óculos grande. Porém não foi pelo motivo citado que derramei minhas raras e cicatrizadoras lágrimas, o que significa que eu nem sou tão fútil assim.

Chorei ao vê-lo chorar quando Juliet é puxada pelo magnetismo pra dentro do poço na estação Cisne e depois de aparentemente ser tarde demais, ele diz o quanto a ama (pelo menos no episódio dublado, porque no original eu ouvi muitas murmúrias, mas nada de “Eu te amor!”, exatamente). Chorei ao perceber que quanto mais resistente a pessoa é, mais linda será a sua redenção.

Eu me surpreendi quando o meu pré-conceito funcionou – pela primeira vez – com uma pessoa. Ele era mesmo legal e muito divertido. Sem motivos aparente nós nos afastamos e quando nos reencontramos ele era só mais um Caradeacademia. Me chateei de verdade. Tudo o que eu conhecia tinha se transformado em músculos e garotas diferentes em cada noite.

O Sawyer me ajudou a entender. Sua capa dura foi vencida pelo amor de última hora. O amor sem medo de que ouvidos ouçam e de que olhos vejam. O amor que chegou e ficou, mesmo depois de descobrir que Juliet estava viva – por alguns segundos a mais.

Eu espero que esse amor um dia chegue até essa pessoa que me tirou três sonos. Não por mim - seria egoísmo -, mas por ele. E o que eu mais espero é que não chegue na última hora, como chegou para Sawyer.



Não, eu não estou grávida e nem tenho 16. Só achei interessante começar a falar sobre o que quero partindo exatamente desse ponto.

“Grávida aos 16” é um programa da MTV gringa lançado simultaneamente no mundo inteiro onde mostra a vida de algumas jovens gestantes. Eu não assisto muito a MTV - porque aqui em casa minha família fez um contrato secreto com a rede globo, então só podemos assistir a suas novelas previsíveis -, mas esse domingo e essa segunda eu consegui assistir ao documentário e pra minha sorte eu assisti dois capítulos que me dizem muito sobre o assunto.

O de domingo foi com uma adolescente chamada Farrah (só lembrei-me do nome porque fiz um trocadilho ridículo na minha cabeça com o pobre nome da garota). Comecei a assistir a partir do parto, onde ela ficava em uma posição constrangedora com homens e mulheres olhando entre as suas pernas. Nada de anormal. Ela pediu que a sua mãe cortasse o cordão umbilical, o que na hora eu pude entender de duas formas: ou sua mãe significava mais que o pai da criança ou a criança era filha do boto. Eu não sei quem era pai da sua filha, mas eu sei que ele estava ausente e continuou a se ausentar durante todo o episódio. Ela se mudou com a sua filha para uma casa e sua mãe raramente a ajudava, além de brigar muito. Passou a dormir mal, porque acordava cerca de duas vezes por madrugada. Não podia comprar suas coisas e não podia sair. Ela agora era uma mãe.

Não me lembro do nome da adolescente de segunda, então vou chamá-la de “adolescente 2”. Essa teve uma vantagem em relação à Farrah, mas nada que possa ajudar em muita coisa. Tinha um companheiro ao seu lado. Comecei a assistir a partir do momento em que seu companheiro vai comprar um anel de pedido de casamento. Além de não poder dormir, comprar suas coisas e sair, ela ainda brigava com o seu namorado, mas tinha ele para ajudar a cuidar da criança.

O que elas têm em comum? Perderam duas fases de suas vidas instantaneamente.

A fase de estudar e a fase de trabalhar e se divertir. Perderam o ensino médio, o que não deixa de ser verdade, já que não puderam viver suas tensões de pré-vestibular e do que vestir pra ir para a festa de fim de semana. Perderam a faculdade. Perderam trabalhar com o que gostaram e estudaram e ganhar dinheiro com isso. Só então, depois de tudo isso, estariam talvez vivendo a fase que vivem na adolescência. O que isso tem de ruin? Não teria nada, caso fosse planejado, caso elas quisessem isso desde o começo.

Agora cheguei ao ponto que quero. Não sei se alguém teve paciência de ler até aqui, mas eu agradeceria se tivesse tido.

Na época da minha bisavó, a mulher mais atrevida tinha coragem de mostrar o calcanhar. Na época da minha avó, o ponto máximo do atrevimento era beijar em público. Na época da minha mãe, a audácia mais pura era o sexo casual. Pergunto-me qual é a ousadia da minha época, a qual se mostra mais do que calcanhares, se beija quantos tiver vontade na frente de quantos quiserem ver e se deita com o último que tiver olhado, o mais forte e com o carro mais legal.

Farrah e Adolescente 2 são apenas duas garotas, mas podem exemplificar o caso de várias garotas. Algumas com alguns problemas a mais e outras com alguns a menos. Se forem boas mães elas jamais dormirão bem, porque estarão preocupadas com o filho doente, com fome, sujo ou que foi pra balada. Se forem boas mães, elas jamais compraram coisas para elas, porque terão que comprar roupas para os seus filhos e pagar colégio, cursos e a TV a cabo. Se forem boas mães, elas nunca sairão sabendo que os seus filhos podem ser violentados mental e fisicamente sendo “cuidados” por outras pessoas.

Se forem boas mães elas só vão poder ser boas mães, porque nenhum de seus desejos vão poder passar por cima dos seus filhos.

Mas isso é por enquanto. Por enquanto que ter um filho é algo importante e consagrado. Por enquanto que se tem um número considerável de filhos e que se lembra o nome de cada um deles e a sua personalidade. Por enquanto que filho é algo a mais que uma pessoa.