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Observação:

Em primeiro lugar, eu não sou escritora. Tudo o que eu sabia sobre escrever foi esquecido devido à falta de prática. Em segundo lugar, não espero receber comentários. Poucas vezes me importo com a opinião alheia. Em terceiro lugar, o que eu escrevo não interessa a ninguém. A minha única regra é seguir a minha vontade.

Eu já ví algumas pessoas morrerem, mas nunca soube o que é perder alguém que eu amo. Semana passada comecei a me perguntar o que seria da minha vida se algumas pessoas resolvessem morrer.

Pensei primeiro na minha mãe e ao pensar nisso me bateu um desespero anormal. Pensei em como seria horrível a minha rotina sem ela. Minha mãe é como uma parte do meu corpo. Eu durmo com ela e sou acordada por ela. Quando vou para a escola, deixo ela dormindo - ou não - e sempre dou um beijo. Ela vai me buscar quando acaba o dia letivo. Quando não tem aula, vamos para a nossa escola de música e trabalhamos. Depois vamos almoçar no restaurante, juntas. Vamos pra casa descansar. Só tem nós duas nessa hora e tem dois sofás, mas eu insisto em deitar com ela. Duas horas voltamos a trabalhar. Tem dia que nós saímos mais cedo e tem dias que saímos mais tarde, mas idependente do horário estamos sempre juntas. Eu não gosto de novela, mas assisto porque ela gosta. E quando eu durmo no sofá, é ela quem me leva pra cama. Você pode se imaginar vivendo sem um pé ou sem uma mão? Sem ela, eu estaria vivendo sem um braço e sem uma perna.
Pensei depois no meu pai. Meu pai não é o meu herói, talvez seja o meu bandido. Eu não quero ser igual a ele e estou quase perdendo todo o amor que me foi iludido desde criança. Sabe como é.... Nós, seres humanos, temos mania de crescer. Pensei nisso tudo antes de pensar em como seria se ele morresse. A conclusão foi que se ele morresse, eu me culparia por não tê-lo aproveitado mais. Acharia que a culpa é minha de ele não ser o pai que eu tanto queria. Afinal, a culpa é de quem?
Pensei no meu irmão mais velho, a pessoa que eu quero ser quando crescer. Esse sim, é o meu ídolo, o meu herói. Perdê-lo seria como perder Jim Morrison ou Kurt Cobain. Ele não é como uma parte do meu corpo, mas pensar na sua perda me desesperou como se fosse. Sofri muito ao pensar em um dia alguém me falar: "Sinto muito, mas o Rodrigo se foi!". Escutei isso, dentro da minha cabeça e o meu coração começou a bater tão forte que minha respiração ficou ofegante e algumas lágrimas quiseram sair, mas eu as proibí.
Agora o meu irmão do meio. Nossa relação de ódio e amor é única. Já brigamos de murros e arranhões. Já confessamos todo o nosso amor um pelo outro, bêbados. Ele tem um péssimo gosto musical e sente orgulho em mostrar isso pra todo mundo. Se ele não fosse meu irmão eu jamais chegaria perto dele, mas como ele é eu o amo. Aprendi a compreender o lado dele em tudo o que ele faz e descobri que podemos ter mais coisas em comum do que nos é revelado. Se eu perdesse ele, eu sofreria ao lembrar de todos os nossos afetos e desafetos.
Agora o Pingo. Sim, meu cachorro é considerado parte da família sim, senhor! Ele é o animal mais inteligente que eu já ví e eu, honestamente acho que nunca vou achar outro cão que chegue - ao menos - até as patas dele. Se eu o perdesse, ele me acharia. Ele é mais inteligente do que eu.

Eu só tenho um medo: o do escuro. Posso enfrentar qualquer coisa, desde que esteja em um local claro. Mas não é só desse tipo de escuro que eu tenho medo.
Tenho medo do escuro que as pessoas vêem ao fechar os olhos para sempre.
E de tão egoísta eu não tenho medo do meu escuro, tenho medo do escuro das pessoas que eu amo. Tenho medo de viver sem elas.

A conclusão é sempre a mesma, em tese: é preciso amar as pessoas como se não houvesse o amanhã.
Vamos ver se a prática muda.